quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Sonho-surto para 20010: parte I

Pro ano novo, quero um programa de televisão pra mim. Engana-se quem acha que ele vai sar em uma emissora educativa. Pois quero um programa em um canal aberto e popular, um programa vespertino! Quero falar para donas de casa enquanto enxugam as mãos no avental, para o mecânico com as unhas sujas de graxa, pra aposentados e aposentadas enteiadas com programas previsíveis, para jovens de folga da escola! Nada de falar para quem acredita já saber tudo. Já tenho o nome: Tardes Pensantes. Sei que este nome pode afastar parte do público, aquele que só quer o exercício de flanair em estado afrouxado de pensar. Mas dia a dia o programa vai ganhando espaço, até que estes escaldados telespectadores percebam que pensar pode ser bem divertido! Uma tarde inteira de atrações diversificadas, em comum serem instigantes para o pensamento. Cientistas seriam bem vindos, desde que conseguissem sentar no chão "quenem" índio. Aposto que muito pesquisador encarquilhado dos guetos dos seus feiosos gabinetes procurariam o pilates, sonhando serem convidados ao programa. Nada de sofás. Nada de banquinhos altos de bar. Ao vivo, né. Quem sabe onde fica esta imagem na cidade de São Paulo? Muito papo na cozinha, preparando receitas ou saboreando. Já viu programas assim? Claro que já viu. O que faz a diferença são as idéias e as conversas construídas nestas tardes. Que tal com a ajuda de um cartoonista criarmos colaborativamente o perfil de um chato? Pois, serão muitos perfis, são tantos os chatos! Encontrar escolas e professores parceiros, que topem contribuir, que topem desafios...Vamos falar de livros, de filmes, de jogos...e eventos, de pessoas interessantes, conhecidas e desconhecias....Quem sabe um quadro sobre pessoas admiráveis, e totalmente desconhecidas...Não falo de bons samaritanos, mas de gente que tenha uma existência poética...Ai, pode sonhar né...

domingo, 20 de dezembro de 2009

Cop 15 e cobertura Globo News

Parabéns a todos da Globo News que estiveram envolvidos com a cobertura do evento. Os repórteres estiveram fantásticos, boas perguntas, bom humor, inteligência e expressões muito muito longe de lugares comuns. As transmissões via internet ficaram muito boas.
Deu gosto.

domingo, 27 de setembro de 2009

Controle





É muito bacana quando a programação da televisão sofre os impactos das impressões dos telespectadores acerca do conteúdo e da forma escolhido pela produção. Mas o que aconteceu no caso da "propaganda moderninha" das havaianas, suspiro longamente ao pensar na necessidade de controle que a população tem...População do Brasil, conhecida mundialmente por ser livre de tabus....

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Parabéns televisão!

Hoje é o aniversário da primeira exibição televisiva no Brasil, 18 de setembro de 1950.
Não vou dizer se a televisão é boa ou ruim.
Continuo acreditanto na capacidade de interpretar do sujeito na recepção!
Parabéns televisão!

sábado, 5 de setembro de 2009

Que mensagens podemos ler em uma propaganda?


O que podemos "ler" nas campanhas publicitárias do governo para além da mensagem que primeiro nos salta aos sentidos? Há a informação que querem tornar pública, é certo e ainda o desejo de sair bem na fita, de preferência com cara de mocinho da trama. Mas há mais...Nesta produção, por exemplo, podemos perceber a representação do atual governo acerca do professorado brasileiro, tantos são os reforços de estereótipos. Supomos que a mulher em cena seja um professora, parece ser, o traje dela confirma nossa supeita, é ou não é? A infeliz é cafona, a encarnação da professorinha. Ao contentar-se com o reforço de estereótipos, perde-se a oportunidade de construir um novo caminho e dialogar com um número maior de sujeitos. Eu suspeito que muitos realizadores desse tipo de produção sequer alcancem o esclarecimento acerca dos fatos. Limitam sua ação ao alinhamento com o que é politicamente adequado. A campanha da Petrobrás que está no ar no momento é um exemplo disso. Tem como interlocutores além do manjado "negro", um cadeirante e uma mulher obesa. Definitivamente não é assim que estas pessoas conquistam o direito de fala. Este exercício de leitura não é só para as propagandas do governo, é válido para todas produções dessa natureza!

domingo, 21 de junho de 2009

Liberdade de Expressão e vale-alfafa


O diretor Boninho manteve-se por alguns dias na web dizendo o que pensava sobre televisão, em especial o reality show da Record, a Fazenda, mas foi obrigado a deixar a rede, frente a repercussão que vinha desencadeando. Pena né. Era um canal para a interlocução. Ele ridicularizou o Brito Jr. que merece por todos os deuses ser redicularizado, Batman! O próprio Brito Jr. declarou na Folha de São Paulo no domingo que antecedeu a estréia do programa que não ia fazer poesia na Fazenda, em referência ao estilo de Pedro Bial no BBB. Parece-me que ele mesmo abriu espaço para a discussão! E sejamos honestos, o Brito Jr. tem lá competência para poesia? O Pedro Bial pegou uma porcaria de formato que é o BBB com participantes abomináveis e conseguiu dar uma identidade para atração que vai além do reality show, ao incentivar e promover que os participantes mostrassem para além de seus bumbuns! Admito que ainda não vi a Fazenda, mas o farei. Provar para dizer que o gosto não agrada (ou surpreender-se e adorar!), não há outro caminho. Por hora, Boninho, diferente de você, tenho a conta bancária vazia e a língua solta...Ouvi dizer que na Record além de vale transporte e seguro saúde os funcionarios têm o "vale-alfafa"...Quem não concordar, cá estou para dialogar!

Parada gay: festança, promiscuidade e esbanjamento de grana?


Não vi em nenhuma cobertura jornalística da Parada Gay que oferecesse ao telespectador algo além da idéia de festança, promiscuidade e esbanjamento de grana. Todas as reportagens concentravam a atenção no fato do encontro movimentar milhões de reais. E só. Depois, o foco foi o fato de um gay ter sido espancado até a morte. A receita é, antes falamos da grana, depois dos espancados. Não haveria espaço nas coberturas para falarmos de respeito e tolerância pela diferença? Que tal fazer um paralelo entre o movimento na época em que foi idelaizado e hoje, tentando apontar avanços e retrocessos para as pessoas que se sentem diferentes? Quem sabe até o próximo ano haveria tempo para os jornalistas organizarem uma pauta mais crítica e de relevância pra humanidade, né?

terça-feira, 16 de junho de 2009

Televisão e Sedução

Que tipo de criatura faz televisão sem pensar nas consequências?

"Como não existe entretenimento vazio de conteúdos, de valores, de idéias, é grande equívoco pensar que que as crianças, ao assitir á TV, ao jogar videogame ou até mesmo ao praticar esportes, estejam apenas brincando. Estão- como os adultos- em constante processo de socilaização, de formação, aprendendo, captando, introjetando elementos da cultura na qual estão inseridas." ( O pequeno cientista amador, Denise da Costa Oliveira Siqueira, página 30).

Imagem meu sobrinho Sávio hipnotizado..

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Todos somos responsáveis



Uma das vezes que apareci na televisão, o repórter insistiu para que eu fosse filmada encenando estar envolvida em alguma atividade ou simplesmente contemplando o nada com olhar taciturno. Palhaçada! Não topei, ele ficou nervoso, não entendia como eu podia me negar a seguir o script sugerido por ele. Eu disse, se quiser me filmar enquanto faço algo de verdade, ok, mas não vou fazer nenhuma cena. Até porque ao tentar caí na gargalhada diante da artificialidade da idéia. Eu não fiz, mas muitos fazem, arrisco dizer a maioria o faz. Vemos diariamente cientistas olhando o nada em seus microscópios, psicólogos folheando livros em suas bibliotecas de livors nunca lidos, atletas olhando o horizonte como se avistassem o futuro e o sucesso de suas conquistas. Talvez estes entrevistados sejam melhores atores do que eu, pois algumas vezes até fica bonita a imagem. Mas o que eu quero trazer a discussão com este post é a co-responsabilidade de todos nós com a performance daqueles que fazem televisão, especialmente quando dividimos com estes a cena. Um bom exemplo de como os interlocutores podem interferir na construção do discurso é o redimensionamento que os militares responsáveis pelas notícias da queda do avião Air France obrigaram os jornalistas-abutres a darem ás suas falas. No início, as notícias misturavam especulação com informações oficiais. Mas os militares responsáveis pela comunicação dos fatos corrigiam os profissionais da comunicação ao vivo, dizendo "não, nós não trabalhamos com hipóteses", "não, isso é especulação", "não, a aeronática não tem informaçõe suficientes para fazer esta declaração", "não, isso não foi dito pela aeronática". Ao realizarem seu trabalho os militares deram ainda uma lição de dignidade e respeito aos mortos e seus familiares, revelando que isto estaria acima da possibilidade sedutora de alcançar elevados índices de audiência, ao não revelarem informações que nos levassem a imaginar a tragédia da morte. Ou os repórteres cuidavam das palavras que usavam em suas previsíves perguntas, ou corriam o risco de fazer papel de bobo em rede nacional. Os militares obrigaram jornalistas a assumirem uma postura mais respeitosa e cautelosa ao noticiarem o acidente, simplesmente respondendo com firmeza e rejeitando certas abordagens. Entendo que aparecer na televisão seja um acontecimento e tanto para a maioria de nós mortais, mas espanta-me que o sujeito-entrevistado perca o senso crítico ao colocar-se diante de uma câmera. Espanta-me mais ainda que os responsáveis pela comunicação não se cansem de usar as mesmas receitas de produção de imagem rotas e previsívies desde que a televisão é televisão!

Imagem Louvre, 2009

segunda-feira, 1 de junho de 2009

TV Comercial, TV Pública, TV Educativa, TV Brasil


Como alguém se torna "dono" de um canal de televisão (ou emissora de rádio)? Basta ter dinheiro para comprar? Não. Embora algumas vezes vejamos circular na mídia notícias de "compra" de emissoras e pessoas sendo identificadas como proprietárias dos canais de televisão, absolutamente todas as emissoras pertencem ao governo do Brasil. Pois é, os referidos proprietários são no máximo donos dos equipamentos que tornam possível a veiculação do sinal, mas a frequência na qual esse sinal existe pertence a nós brasileiros. Para "existir", então, cada rede necessita de uma autorização, uma concessão pública¹. O que quer dizer que o governo do Brasil concede aquele grupo de pessoas permissão para produzir e enviar seu sinal. Então a pergunta deveria ser, como alguém obtém uma concessão? Há uma legislação para isso e entre outras coisas, todos que têm o privilégio de ter uma concessão comprometem-se com o caráter educativo de suas transmissões. É isso mesmo, fundamentalmente toda televisão é (ou deveria ser) Educativa. Pasmem! Mesmo as chamadas tevês comerciais muito embora não priorizem essa dimensão são inclusive do ponto de vista jurídico educativas. Mas a população desconhece essa informação. Até mesmo nosso beócio presidente ao criar a TV Brasil parece não entender as regras desse jogo. Não bastaria exigir que as emissoras que já existem cumprissem o trato feito na ocasião da concessão? Mas há muitas maneiras de não cumprir as regras parecendo cumprir! Todas as emissoras têm em suas "grades"² os chamados programas educativos. Para vê-los é preciso acordar bem cedo, antes das oito da manhã, horário em que são transmitidos! Dessa forma as televisões garantem o pacote educativo mínimo previsto na lei. Dizem que estes programas não seduzem a audiência, mas são os campeões do horário em que são exibidos. Para mim, trata-se de preguiça e burrice generalizada não assumir o desafio de transferi-los para horários de maior visibilidade ousando novos formatos e novas abrodagens. Valem-se dos caminhos conhecidos e apenas reproduzem a rota e gasta programação! Não estou sugerindo temros Telecurso Qualquer-Grau no horário da novela das oito. Aliás, vamos ser honestos, as teleaulas não deviam existir sequer nesse formato educação a distância, que só servem para mascarar a intenção de formar mal e em larga escala o cidadão brasileiro que não pôde frequentar a escola, minimizando o custo³. É isso. Se alguém conhecer algum aspecto aqui ignorado e acreditar que alguma bobagem foi dita aqui, escreva-me, ficarei feliz de ampliar meus horizontes e dialogar a respeito. Afinal, quem aí já viu a TV Brasil?

1 Por isso algumas rádios sem concessão são consideradas clandestinas ou piratas.

2 Grade devia ser para quem faz estas manobras na lei por pura ambição.

3 Um único investimento em fitas que são reproduzidas, não há necessidade de formar e pagar professores. E temos produções da década de 70 AINDA no ar!

Imagem: Impressionante como essa minha foto de palhaça sempre encontra um post para ilustrar!

quarta-feira, 27 de maio de 2009

O que o seriado House, o Aprendiz e Manhattan Conection têm em comum?

Muito se fala sobre o excesso de violência na televisão. Violência fictícia (?) nos filmes e seriados e violência real, nos telejornais e documentários. Em outro post voltarei a falar sobre violência, sensacionalismo, marcas patêmicas (que explicarei o que é) e índices de audiência. Neste momento gostaria de chamar a atenção para outro tipo de violência, muito comum nos programas da televisão mundial e que a população (de um modo geral...) no lugar de se sentir aviltada por sua presença chega a apreciá-la. Falo de uma violência simbólica que poderia juridicamente ser classificada como assédio moral, e que caracteriza-se por comportamentos hostis e agressivos entre personagens fictícios ou reais. O seriado House e a versão brasileira do Aprendiz apresentam estes traços (para mim, claro!) doentios. Homens considerados poderosos exercem sua autoridade sobre pessoas hierarquicamente inferiores a eles no melhor estilo "sou um trator sanguinolento". E tudo indica que o telespectador gosta disso. As pessoas parecem acreditar que o fato daqueles sujeitos possuírem um determinado conhecimento justificaria e validaria o mau comportamento daquela criatura. Ele pode humilhar, vai, ele sabe o que está dizendo. Não seria possível alguém ser inteligente e ao mesmo tempo generoso e bondoso com os demais? Eu até entendo que algumas pessoas não possuam jeito para ensinar, e só reconheçam como caminho pedagógico o sofrimento e a dor (ou na verdade só consigam fazer dessa maneira...). Mas esta seria uma violência entre desiguais, e o que dizer quando a hostilidade é entre pares, como a que vemos entre os apresentadores do programa Manhattan Conection? Ser agressivo é sinal de inteligência? Por Darwin, Batman, tenho medo do que a humanidade irá se tornar! Até faz sentido, no lugar de dar-te uma dentada eu o humilho até que se urine de vergonha...E os telepectadores acompanham tudo atentamente, o que não é ruim, se houver ali um sujeito interpretante e crítico. Eu não quero educar telespectadores, o que fazer então? Por hora, fica o desafio para Justus e os "gladiadores" do Manhattan, que tal tentar fazer um episódio de ternura sem parecer um bobalhão? Conseguem....ou são incompetentes para isso, hein?

terça-feira, 26 de maio de 2009

Pérolas do programa Hoje em Dia

Esta semana o programa Hoje em dia (Record) apresentou uma matéria especial sobre experiência de "quase morte". Um dos convidados sobrevivera ao incêndio do edifício Joelma, ocorrido em 1974. Ele falou sobre a péssima impressão do barulho dos corpos caíndo daqueles que não resistiram à espera do resgate e lançaram-se ao chão. Os apresentadores, cada um á sua maneira, tentavam obter uma informação mais dolorosa sobre a experiência. "Você ainda ouve os gritos?". "Ainda sonha com o barulhos dos corpos batendo no chão?". A voz era de quem não queria perturbar, a voz de uma "quase amigo". Se não fosse o suficiente para o programa ser classificado como "enojante", interromperam a conversa abruptamente para que o apresentador-chef Edu¹ preparasse uma receita de pudim de café. Terminada a receita, com voz de lobo em pele de cordeiro (seria um bom nome para uma categoria de análise!) ele chama novamente o grupo a cena. Quem produz o programa é mesmo brilhante na disposição das inserções: gente que se suicida em incêndios, pudim de café, barulhos de corpos estourando no chão. A gente até engole o time de jumentos que apresenta o programa e os temas horrendos, mas, por favor, procurem distribuir melhor a pauta para evitar estas combinações esdrúxulas. Por que vocês não seguem aquelas teorias de tensiômetros, concentrando assuntos de elevada carga dramática e deixando temáticas mais leves para aliviar a tensão ao final dos blocos e no final do programa. Tem gente aí precisando estudar!

¹ Aquele que depila os braços por recomendação da produção, tendo em vista o mal estar que causava nos telespectadores a imagem de braços e mãos peludas passando sobre panelas e manipulando comida!

Dos barracos aos documentários

Já era hora de eu criar um blog para falar de um assunto que eu adoro, televisão. De espectadora curiosa tornei-me estudiosa do assunto. E continuo a "consumir" quilos de imagens, sons e idéias através da televisão. Não pensem que concentro minha atenção nos programas considerados sofisticados, produzidos especificamente para a elite. Assisto de tudo, dos barracos aos documentários. Vou ficar feliz se este espaço configurar-se como um local de encontro para quem aprecia televisão. Se você é um tipo nostálgico, não-não, aqui não pretendemos cultivar o passado comparando-o com o presente no estilo "ai, os velhos tempos que eram bons". O passado será muitas vezes lembrado com prazer, mas a intenção sempre será refletir sobre o presente. Aqui queremos pensar uma televisão melhor para o hoje e para o amanhã. Por uma televisão de qualidade é que este blog será cuidado!