quarta-feira, 27 de maio de 2009

O que o seriado House, o Aprendiz e Manhattan Conection têm em comum?

Muito se fala sobre o excesso de violência na televisão. Violência fictícia (?) nos filmes e seriados e violência real, nos telejornais e documentários. Em outro post voltarei a falar sobre violência, sensacionalismo, marcas patêmicas (que explicarei o que é) e índices de audiência. Neste momento gostaria de chamar a atenção para outro tipo de violência, muito comum nos programas da televisão mundial e que a população (de um modo geral...) no lugar de se sentir aviltada por sua presença chega a apreciá-la. Falo de uma violência simbólica que poderia juridicamente ser classificada como assédio moral, e que caracteriza-se por comportamentos hostis e agressivos entre personagens fictícios ou reais. O seriado House e a versão brasileira do Aprendiz apresentam estes traços (para mim, claro!) doentios. Homens considerados poderosos exercem sua autoridade sobre pessoas hierarquicamente inferiores a eles no melhor estilo "sou um trator sanguinolento". E tudo indica que o telespectador gosta disso. As pessoas parecem acreditar que o fato daqueles sujeitos possuírem um determinado conhecimento justificaria e validaria o mau comportamento daquela criatura. Ele pode humilhar, vai, ele sabe o que está dizendo. Não seria possível alguém ser inteligente e ao mesmo tempo generoso e bondoso com os demais? Eu até entendo que algumas pessoas não possuam jeito para ensinar, e só reconheçam como caminho pedagógico o sofrimento e a dor (ou na verdade só consigam fazer dessa maneira...). Mas esta seria uma violência entre desiguais, e o que dizer quando a hostilidade é entre pares, como a que vemos entre os apresentadores do programa Manhattan Conection? Ser agressivo é sinal de inteligência? Por Darwin, Batman, tenho medo do que a humanidade irá se tornar! Até faz sentido, no lugar de dar-te uma dentada eu o humilho até que se urine de vergonha...E os telepectadores acompanham tudo atentamente, o que não é ruim, se houver ali um sujeito interpretante e crítico. Eu não quero educar telespectadores, o que fazer então? Por hora, fica o desafio para Justus e os "gladiadores" do Manhattan, que tal tentar fazer um episódio de ternura sem parecer um bobalhão? Conseguem....ou são incompetentes para isso, hein?

terça-feira, 26 de maio de 2009

Pérolas do programa Hoje em Dia

Esta semana o programa Hoje em dia (Record) apresentou uma matéria especial sobre experiência de "quase morte". Um dos convidados sobrevivera ao incêndio do edifício Joelma, ocorrido em 1974. Ele falou sobre a péssima impressão do barulho dos corpos caíndo daqueles que não resistiram à espera do resgate e lançaram-se ao chão. Os apresentadores, cada um á sua maneira, tentavam obter uma informação mais dolorosa sobre a experiência. "Você ainda ouve os gritos?". "Ainda sonha com o barulhos dos corpos batendo no chão?". A voz era de quem não queria perturbar, a voz de uma "quase amigo". Se não fosse o suficiente para o programa ser classificado como "enojante", interromperam a conversa abruptamente para que o apresentador-chef Edu¹ preparasse uma receita de pudim de café. Terminada a receita, com voz de lobo em pele de cordeiro (seria um bom nome para uma categoria de análise!) ele chama novamente o grupo a cena. Quem produz o programa é mesmo brilhante na disposição das inserções: gente que se suicida em incêndios, pudim de café, barulhos de corpos estourando no chão. A gente até engole o time de jumentos que apresenta o programa e os temas horrendos, mas, por favor, procurem distribuir melhor a pauta para evitar estas combinações esdrúxulas. Por que vocês não seguem aquelas teorias de tensiômetros, concentrando assuntos de elevada carga dramática e deixando temáticas mais leves para aliviar a tensão ao final dos blocos e no final do programa. Tem gente aí precisando estudar!

¹ Aquele que depila os braços por recomendação da produção, tendo em vista o mal estar que causava nos telespectadores a imagem de braços e mãos peludas passando sobre panelas e manipulando comida!

Dos barracos aos documentários

Já era hora de eu criar um blog para falar de um assunto que eu adoro, televisão. De espectadora curiosa tornei-me estudiosa do assunto. E continuo a "consumir" quilos de imagens, sons e idéias através da televisão. Não pensem que concentro minha atenção nos programas considerados sofisticados, produzidos especificamente para a elite. Assisto de tudo, dos barracos aos documentários. Vou ficar feliz se este espaço configurar-se como um local de encontro para quem aprecia televisão. Se você é um tipo nostálgico, não-não, aqui não pretendemos cultivar o passado comparando-o com o presente no estilo "ai, os velhos tempos que eram bons". O passado será muitas vezes lembrado com prazer, mas a intenção sempre será refletir sobre o presente. Aqui queremos pensar uma televisão melhor para o hoje e para o amanhã. Por uma televisão de qualidade é que este blog será cuidado!