segunda-feira, 1 de junho de 2009

TV Comercial, TV Pública, TV Educativa, TV Brasil


Como alguém se torna "dono" de um canal de televisão (ou emissora de rádio)? Basta ter dinheiro para comprar? Não. Embora algumas vezes vejamos circular na mídia notícias de "compra" de emissoras e pessoas sendo identificadas como proprietárias dos canais de televisão, absolutamente todas as emissoras pertencem ao governo do Brasil. Pois é, os referidos proprietários são no máximo donos dos equipamentos que tornam possível a veiculação do sinal, mas a frequência na qual esse sinal existe pertence a nós brasileiros. Para "existir", então, cada rede necessita de uma autorização, uma concessão pública¹. O que quer dizer que o governo do Brasil concede aquele grupo de pessoas permissão para produzir e enviar seu sinal. Então a pergunta deveria ser, como alguém obtém uma concessão? Há uma legislação para isso e entre outras coisas, todos que têm o privilégio de ter uma concessão comprometem-se com o caráter educativo de suas transmissões. É isso mesmo, fundamentalmente toda televisão é (ou deveria ser) Educativa. Pasmem! Mesmo as chamadas tevês comerciais muito embora não priorizem essa dimensão são inclusive do ponto de vista jurídico educativas. Mas a população desconhece essa informação. Até mesmo nosso beócio presidente ao criar a TV Brasil parece não entender as regras desse jogo. Não bastaria exigir que as emissoras que já existem cumprissem o trato feito na ocasião da concessão? Mas há muitas maneiras de não cumprir as regras parecendo cumprir! Todas as emissoras têm em suas "grades"² os chamados programas educativos. Para vê-los é preciso acordar bem cedo, antes das oito da manhã, horário em que são transmitidos! Dessa forma as televisões garantem o pacote educativo mínimo previsto na lei. Dizem que estes programas não seduzem a audiência, mas são os campeões do horário em que são exibidos. Para mim, trata-se de preguiça e burrice generalizada não assumir o desafio de transferi-los para horários de maior visibilidade ousando novos formatos e novas abrodagens. Valem-se dos caminhos conhecidos e apenas reproduzem a rota e gasta programação! Não estou sugerindo temros Telecurso Qualquer-Grau no horário da novela das oito. Aliás, vamos ser honestos, as teleaulas não deviam existir sequer nesse formato educação a distância, que só servem para mascarar a intenção de formar mal e em larga escala o cidadão brasileiro que não pôde frequentar a escola, minimizando o custo³. É isso. Se alguém conhecer algum aspecto aqui ignorado e acreditar que alguma bobagem foi dita aqui, escreva-me, ficarei feliz de ampliar meus horizontes e dialogar a respeito. Afinal, quem aí já viu a TV Brasil?

1 Por isso algumas rádios sem concessão são consideradas clandestinas ou piratas.

2 Grade devia ser para quem faz estas manobras na lei por pura ambição.

3 Um único investimento em fitas que são reproduzidas, não há necessidade de formar e pagar professores. E temos produções da década de 70 AINDA no ar!

Imagem: Impressionante como essa minha foto de palhaça sempre encontra um post para ilustrar!

3 comentários:

  1. pf sbt nao tira uggly betty do ar eu adorro e muita gente gosta eu sei que tem pessoas que nao dao valor ao que e bom

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  2. achei seu comentario a mais pura verdade : as tvs e radios que se dizem comerciais estao na mao de poucos e eles comandam o fechamentos de radios e tvs comunitarias ( so eles podem fazer isso radiodifusao ) esse negocio de politico fazerem leis para ajudarem o povo e pura falcatrua .

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  3. Paulinha tô pensando em escrever minha experiência de 13 anos como participante privilegiado da criação, conceitual, de luta pela vocação pública da TV Minas Cultural e Educativa, que passou a ser denominada de Rede Minas de Televisão, quando deu um salto (alto) para o edifício de 11 andares na Av N.S. do Carmo, deixando a sua casinha pequenina na Av Assis Chateubriand entregue às baratas com a hemeroteca da Secretaria de Estado da Cultura de Minas Gerais.
    Hoje, não sei bem como a coisa funciona, o arranjo político do atual governo. Mas te digo, o custo do aluguel deste prédio é um espanto... e a transferência, feita no governo do Azeredo, foi feita a "toque de caixa" para garantir sua inauguração pelo então presidente FHC.
    Minha dúvida é se inscrevo esta História numa tese de mestrado e busco uma orientação ou se embarco na produção independente, convidando alguns colaboradores para a empreitada, que envolve a TVE RJ, a TV Cultura de São Paulo, cineastas da velha guarda de BH e ... ??? Veremos.
    Penso num livro reportagem com abordagem crítica, semiótica, da linguagem televisual educativa.
    Neste post vc tocou num ponto nevrálgico: a Lei clareou o direito das televisões, na Constituinte, classificando-as em comerciais, públicas e estatais. O que assistimos por este Brasilzão é o não cumprimento da Lei numa farsa carnavalizante.

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