Muito se fala sobre o excesso de violência na televisão. Violência fictícia (?) nos filmes e seriados e violência real, nos telejornais e documentários. Em outro post voltarei a falar sobre violência, sensacionalismo, marcas patêmicas (que explicarei o que é) e índices de audiência. Neste momento gostaria de chamar a atenção para outro tipo de violência, muito comum nos programas da televisão mundial e que a população (de um modo geral...) no lugar de se sentir aviltada por sua presença chega a apreciá-la. Falo de uma violência simbólica que poderia juridicamente ser classificada como assédio moral, e que caracteriza-se por comportamentos hostis e agressivos entre personagens fictícios ou reais. O seriado House e a versão brasileira do Aprendiz apresentam estes traços (para mim, claro!) doentios. Homens considerados poderosos exercem sua autoridade sobre pessoas hierarquicamente inferiores a eles no melhor estilo "sou um trator sanguinolento". E tudo indica que o telespectador gosta disso. As pessoas parecem acreditar que o fato daqueles sujeitos possuírem um determinado conhecimento justificaria e validaria o mau comportamento daquela criatura. Ele pode humilhar, vai, ele sabe o que está dizendo. Não seria possível alguém ser inteligente e ao mesmo tempo generoso e bondoso com os demais? Eu até entendo que algumas pessoas não possuam jeito para ensinar, e só reconheçam como caminho pedagógico o sofrimento e a dor (ou na verdade só consigam fazer dessa maneira...). Mas esta seria uma violência entre desiguais, e o que dizer quando a hostilidade é entre pares, como a que vemos entre os apresentadores do programa Manhattan Conection?
Ser agressivo é sinal de inteligência? Por Darwin, Batman, tenho medo do que a humanidade irá se tornar! Até faz sentido, no lugar de dar-te uma dentada eu o humilho até que se urine de vergonha...E os telepectadores acompanham tudo atentamente, o que não é ruim, se houver ali um sujeito interpretante e crítico. Eu não quero educar telespectadores, o que fazer então? Por hora, fica o desafio para Justus e os "gladiadores" do Manhattan, que tal tentar fazer um episódio de ternura sem parecer um bobalhão? Conseguem....ou são incompetentes para isso, hein?